A Comunidade e O Mercado: O Caso de YouthActionNet

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Acima: campanha clandestina do Conselho de Segurança Nacional (NSC) do Executivo dos EUA utilizando a Juventude Republicana como fachada. Fonte: O Dossiê Otto Reich.

Nesse estudo continuado da «ecologia digital» do Instituto Millenium e o movimento neoconservador-trotskista em geral em que está fundamente embutido, partimos de um modelo de redes sociais que presupõe quatros modelos básicos:

  1. Círculo de elites (fechada, hierárquica)
  2. Shopping de inovação (aberta, não-hierárquica)
  3. Comunidade de inovação (aberta, hierárquica)
  4. Consórcio (fechada, não hierárquica)

Acrescentamos mais dois variaveis e uma terceira dimensão: pessoas júridicas e pessoas físicas.

O PT, por exemplo, eu classifiquei como um consórcio de pessoas físicas, por ter uma democracia interna encima do princípio de «um militante cadastrado, um voto».

O Instituto Millenium, o Anti-Foro de S. Paulo, é um consórcio de pessoas júridicas controlando um «shopping de inovação» — segundo o modelo que ele mesmo divulga.

Se a rede virtual do PT desse ano será «shopping» — já houve, temos que lembrar, o modelo «lojinha do PT» — ou comunidade é uma bela de uma pergunta. Vamos ficar de olho. Estou careca de saber.

Eu deveria divulgar a versão mais acabada do mapa aqui:

Também ijá dentificamos o projeto Youth Action Net como um projeto de «desenvolvimento de mídia livre» com atuação no Brasil e ligações com agências virtuais de marketing-guerrilha, parte de uma rede maior de mercadologistas multinacionais almejando a demográfica da juventude de hoje — que aparentemente gostam de ©he-Cola.

É o retorno da «radical chic» dos anos 1970s na forma de uma «direita festiva».

Esta demográfica é políticamente importante também, porque o Brasil dá o voto facultativo a menores de 16 anos, enquanto o voto obrigatório começa as 18 anos.

Cabe lembrar aqui também a seguinte ligação: um executivo do General Electric  — MSBNC, CNBC, NBC-Universal — egresso do governo FHC II é diretor da fundção que financia o YouthActionNet, em parte.

Portanto, será útil dar uma olhada nas funções respectivas de «comunidade» e «marketplace» no modelo de organização de YouthActionNet no Brasil.

É isso que pretendo fazer hoje.

A navegação principal do site leva a cinco secções, relacionadas com um «meme» já vistos muitas mais muitas vezes na propaganda de nova mídia alvejando o mercado da juventude.

  1. IAM
  2. Comunidade IAM
  3. Marketplace
  4. YouthActionNet
  5. Contato

O «meme» é chamado, em inglês, de  «MEdia», trocadilho traduzível como «eu, a mídia».

Uma variação: Você S/A.

Trata-se tanto do papel do cidadão-jornalista  — um dos mais conhecidos blogs da diaspora iraniana, por exemplo, na época da renascença de blog promovida pela turba de Harvard, era «Editor:Myself» — quanto da noção de uma rede de informações egocêntricas.

Informação egocêntrica é a promessa de quase todo que é agregador de notícias social — Digg, Reddit, Del.icio.us, iGoogle (eu, Google), et caterva — oferecendo um fluxo de notícias feito sob medida para responder aos interesses e necessidades de cada usuário.

No projeto brasileiro — um xerox mal-feito, em fim, do modelo utilizado em outras regiões — tem um trocadilho bilingue nesse mesmo sentido.

A sigla de «Instituto (Jovem) Anhembi-Morumbi» — suprimida a letra jota — dá «I AM».

Quer dizer  «eu sou» para quem ainda não soube que «the book is on the table».

Logo no começo, eu pergunto aos meus amigos pais de adolescentes: Será que é realmente necessário um projeto internactional que visa fortalecer o egocentrismo dos seus filhos adolescentes?

É, eu também não achei.

Ja lecionei em escolas médias da rede pública. Mal sobrevivi.

Agora, tém outro mecanismo de navegação na página que resume os passos de um processo deliberativo — a dialéctica dos velhos retóricos, sendo a arte de debater no foro público e a coroa do trivium romano:

  1. Gramática
  2. Retórica
  3. Dialéctica

Nesse caso, o modelo de ação bem-informada lembra o dito de São Lou de Reed, notável teólogo da Igreja de CBGB-OMFUG dos anos 1970s:

«… between thought and expression lies a lifetime»

«Entre o pensamento e a expressão há toda uma vida.»

«The lyfe so shorte, the crafte so longe to lerne»

O modelo YouthActionNet, na navegação inferior, esquematiza um jeito fácil e imediato de obter conhecimento para logo traduzí-lo em ação:

  1. Conhecimento
  2. Conexão
  3. Ação

Novas e Velhas Cabeças

Antes de mapear a rede, eu também gostaria de introduzir alguns conceitos de uma nova leitura — a dissertação de Robert Steven Abrams sobre a «identificação de organizações em rede».

O estudo documento, em detalhe, encima de um trabalho de campo dentro da unidade em questão, a montagem de uma «networked organization» por uma divisão de um multinacional não-identificado da lista Fortune 100, com sede nos EUA e integrante do NCOIC:

… a division (the“RP Division”) of a multinational, Fortune 100 corporation headquartered in the United States (“Universal Corp,” a member of the Network-Centric Operations Industry Consortium mentioned in Section 3.1) …

NCOIC, um consórcio de governos, empresas e ONGs, foi fundado após o furação Katrina em 2004 e as falhas catastróficas de mecanismos de comando e controle dentro da «organização em rede» da FEMA, agência de gestão de emergências do executivo federal.

Posições de liderança no currículo do diretor da FEMA na época: tão somente a presidência de uma associação de criadores de cavalos de raça. Mais um ricaço idiota mais fiel a Bush ibn Bush. Quem já esqueceu-se das imagens de centenas de cadáveres — afrodescendentes — flutuando na água e pessoas morrende de sede dentro do SuperDome, vitrine maior do futebol americano?

Também util será «O Estado da Organização em Rede» ( 1997), um resumo da literatura académica de então sobre a «networked organization», obra de Marshall Van Alstyne, professor do Sloan School de gestão empresarial do MIT — alma mater de Daniel Dantas.

O estudo de 1997 servirá de contaponto histórico para poder medir a evolução ou fixação de certos conceitos no período entre AEBI — antes do estouro da bolha da Internet — e ACMI — após o cataclismo do mercado imobiliário.

Entre AEBI e ACMI, houve uma «revolução» na logística, por exemplo, fundamentada no mesmo modelo de organizações em rede: Uma evolução da «corrente de fornecedores» — supply chain — para uma «corrente de mais-valia» — value chain — e em fim para a «organização em rede».

Um exemplo seria a rede de Starbucks, numa diagrama feita por uma agência de publicidade holandesa sob encomenda da empresa:

Parece mágica!

Eu disse, não disse?

Beleza de uma infográfica, porém. Adoro «bubble charts», onde além dos dois eixos, o tamamho do dado comunica uma terceira dimensão. Tony Maneiro!

Na verdade, nunca entendi o insensatez de tentar implantar Starbucks no coração da referência histórica mundial de cafeicultura — onde o saco mais barato de, digamos, Pilão — a marca que a patroa sempre compra — é de ótima qualidade. Você pagará R$5 para um capuccino simplesmente porque é um produto de grife?

Eu prefiro o cafezinho quase-turquês de qualquer boteco ou bar. Sou meio apaulistanado nesse sentido, embora eu apontaria minha frequência de Little Italy em Nova York como um fator a ser levado em conta também. (A pizza de São Paulo é de longe superior, eu confesso, com tristeza.)

Tudo bem. Vamos lá.

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