«O Globo Inovou»: Autohagiografia e o Shibboleth de Novidade

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Nihil sub sole novum est

Deu no Observatório da Imprensa.

Segundo Larissa de Morais, a morte e o caos em Rio pelo menos provocou uma inovação em jornalismo pelos bons e criativos quadros de O Globo!

O site do Globo, que desde 2006 vem apostando no jornalismo participativo, inovou ao produzir, com a ajuda dos leitores, um mapa da devastação na cidade. A equipe de arte apontou no Google Maps pontos de alagamento, locais de acúmulo de lixo e lama, pontos de deslizamento e postos de doação. Navegando pelo mapa, era possível ter acesso a fotos e indicações de leitores e jornalistas “da casa”. Dicas como “nessa rua a queda de uma árvore bloqueia a passagem de automóveis”, com a indicação do horário de envio ou atualização da informação.

Inovou nada.

Faz tempo que Rádio Eldorado apresenta dicas gravadas dos celulares e torpedos de motoristas sobre trânsito, por exemplo.

E posso citar innúmeros usos anteriores de Google Maps desse mesmo jeito.

Eu jamais diria que a técnica é cansada, ou que não tem valor jornalistico.

Mas não nasceu ontem — assim com eu não nasci ontem.

«Inovou» uma (in)ova.

O importante aqui e reconhecer que a frase «Jornal X inovou» é um shibboleth nas relações públicas da consultoria Innovation International.

Já li inúmeros «releases» da empresa. Eu sei do que estou falando.

Ora, essa resenha tem o cheiro de auto-hagiografia por procuração.

Não houve uma Larissa de Morais que trabalhava nas Organizações Globo em redações de economia?

Tenho quase certeza que houve.

É só que nossa Larissa do OI não apresenta aquele negócio chato do sobrenome composto Latinoamericano, e portanto pode ser uma dentista Larissa de Morais e Souza de Goiás ou Larissa Dioga de Morais Chiuso, programadora neurolinguiistica da Vila Mariana.

Vamos apurar.

Sobre essa questão, eu deixei o comentário seguinte.

Vamos ver se dará no OI.

A autora não e por ocaso a mesma Larissa de Morais Ribeiro Mendes, que já trabalhou no Globo et caterva na redação de economia? Autora do tese de PUC-RJ, «Outras práticas, outras narrativas: jornalismo em transformação nos blogs jornalísticos»?

Da autora desse estudo consta:

— «Jornalista graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1995, trabalhou nas editorias de economia de O Globo, Agência Globo, Jornal do Brasil e Jornal do Commercio exercendo diversas funções. Na área de assessoria de comunicação, já atuou para empresas como Odebrecht e FSB Comunicações.

Se não, peço perdão.

Se é a mesma Larissa, peço dela esclarecimentos sobre uma critica que dá uma resenha [exageradamente] positiva do que seria um ex-patrão, no minimo, sem a devida divulgação.

Qual a relação da autora hoje em dia com as Organizações Globo?

Ela ainda recebe como freelance da empresa?

Ela recebe de representantes da empresa?

Também tem essa Larissa de Morais, mercadologista do movimento revoluçionário da juventude de Goiás:

Eu ficava surpreso se não houve propaganda clandestina e «entrismo» nesse caso, até no bom e velho Observatório (Ford Foundation que paga as contas).

Já notei a mesma coisa naquele jornal académico para inglês ver, BRAZILIAN JOURNALISM RESEARCH — que precisa urgentemente de um tradutor que não seja Google Translate ou Babylon.

No caso do que me lembro, uma autora que deve sua carreira toda ao clâ Marinho, trabalhando numa ONG que — como acontece — recebe da fundação da famigilia, elogia a qualidade do jornalismo Global copiosamente.

Acho que traduzi para inglês ver.

Amanhá eu acrescento o caso.

Agora, vou inovar ligando a TV para House e deitando no sofà com uma cerveja.

2 comentários sobre “«O Globo Inovou»: Autohagiografia e o Shibboleth de Novidade

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